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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Voz poética entristecida de Fatima Carvalho( Poetisa da Caatinga)

A perda do meu Cão Camurim



Um doce amor que de repente me deixou....
Mesmo sem querer deixar...

Meu coração amanheceu encolhido
E enlutado...
Meu camurim, se foi pra sempre
Ah, meu amado amigo!
Amigo bicho! Bicho Humano...
Que me abraçava e me beijava de mansinho
Pois sentia que eu não gostava das suas lambidas
Aí, se esbanjava em todo tipo de estripolia
Simplesmente pra me fazer feliz
E me fazia mesmo!
Porque te tenho um infinito amor
Um amor que só quem ama
Pode entender a dimensão
Da simplicidade do ato de amar

E por te amar tanto
Não esperava que a linha do seu tempo
Iria acabar ontem a tarde , assim de repente
Sem sequer, eu te dar um abraço
Aliás se eu soubesse
Teria implorado a Deus pra te deixar comigo
Mas tudo bem! Me coloco no lugar
De quem perde ente queridos de forma repentina
Mas não quer dizer que diminuia minha tristeza

Olha meu terno amigo!!Amigo! Amigo!
Estou apenas tentanto racionalizar minha tristeza
Na minha vida você foi quem mais me entendeu
E quem unicamente me amou incondicionalmente
Porque é assim o amor dos cães para seus donos
Mesmo não havendo reciprocidade
Pena, que poucas pessoas entendam isso
E aqui neste lar, você era um princípe cachorro
Um caozinho abandonado que um dia por acaso
Deus me deu de presente( tesouro de sentimentos)
Uma alegria contagiante que me deixava feliz mesmo na tristeza

Eu costumava conversar com você feito uma maluca
Mas nada de maluquice! Nos entendíamos de verdade
E eu lhe pedia pra você não morrer primeiro que eu
Porque eu iria sofrer demais...
Me negava em pensar o contrário...
Mas agora vejo, que se tivesse sido eu
Era você quem estaria afogado num oceano de tristeza
A  esperar eternamente um dia a minha  volta...
E dessa forma seria pior, pois nunca permiti que você sofresse

Mas, você saiu pra ir no médico, coisa simples...
Pensava eu...
Pois havia piorado de um quadro patológico(infeccioso)
Que aparentemente não era tão grave
O médico tinha dito que ficaria bom
Porém, ao voltar, ficou internado
E logo nos primeiros atendimentos
Seu coração parou!!!! E não houve volta!
Parou pra sempre...

Agora navego num oceano de tristeza
E é, indescritível a dor que estou sentindo
Desde o começo da tarde, quando o médico ligou aqui pra casa
Pra dizer que você, Meu Cão preferido tinha morrido
Ainda bem, que não atendi o telefone
Ma quando meu marido disse: era o médico do cachorro
De reoente, não sei por que?
Eu logo perguntei! E camurim morreu?
Ele disse sim. Este sim arrebatou minha alegria
E não estou conseguindo mais parar de chorar
Doi demais!!! É muita falta deixada...
No quintal, o silêncio estar dormindo
E você Camurim! Parecendo que vai chegar
A qualquer hora me chamando com seus latidos
Latidos que aprendi a decifrar um a um
E lhe atendia em cada chamado...

Olha, meu lindo Cão!
Ainda não acredito que você morreu
Pois só fazia uma semana que tinha adoecido
Mas no mesmo dia foi consultado e medicado
E como sempre, pensei que logo ficaria bom
Fato que não aconteceu....

E eu queria tanto comprender
Por que Deus tirou você de mim agora
Pra mim, você ainda era novo
Nem tinha completado sete aninhos
Era a criança brincalhona que revirava tudo aqui em casa
Porque tinha certeza eu, sua mãe humana...
Só me encantava com suas bagunças
E agora meu amigo , mais que amigo!!!
Como irei suportar este terrível silêncio?
Com todas as suas faltas...

Seus  latidos constantes não estão mais aqui...
Ah, camurim! Pra mim, ainda não era o seu tempo...
Mas sei que era, pois a Deus pertence a existência de todo ser
Te amarei eternamente! Meu Vira-lata companheiro...
Seu coração ficou comigo!
E sei que também fui no seu...



Todo amor se faz eterno... Amo você! Assim como amei e amarei todos os cães que passaram ou ainda passarão pela minha vida...

Maria de Fátima Alves de Carvalho( Poetisa da Caatinga)

Natal, 31/01/2011